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Terça-feira ,30 Abril, 2024
Artigos de Opinião

No próximo dia 26 de maio vamos todos ao Pé da Pedreira! A Opinião de Idália Serrão

Formar públicos de todas as idades; dar competências técnicas e artísticas de qualidade; dar mundo aos seus elementos; salvaguardar a memória coletiva; honrar os fundadores e enriquecer os festejos populares, fundamentam a existência das bandas filarmónicas. Inscrevem-se na sua missão. Estão na génese dos pressupostos dos Homens que lhes dão corpo e as fazem perpetuar por muitos e bons anos.
Contra ventos e marés as bandas filarmónicas vão cumprindo os seus objetivos primordiais, e surpreendem-nos com a crescente qualidade dos seus desempenhos e com o aperfeiçoamento da sua execução. Simultaneamente remetem-nos para uma reflexão sobre empreendedorismo, apoios mecenáticos, dinheiros públicos, e sobre a capacidade de ver para além do imediato quando avaliamos o impacto da sua presença nas comunidades.

O funcionamento das bandas filarmónicas resulta da capacidade com que os seus fundadores e dirigentes gerem os recursos públicos, em grande parte alocados pelos municípios. Quando estes recursos são transferidos de forma regular, naquilo que resulta dos compromissos assumidos entre estas entidades e as câmaras municipais, a gestão fica mais facilitada. Vai-se para além do estabelecido. Quando uma das partes quebra o compromisso, põe-se à prova a criatividade dos dirigentes, que tudo fazem para que as atividades cheguem aos seus destinatários. Em muitas ocasiões são os empresários, os particulares e as comissões de festas que ajudam a aguentar os embates dos compromissos assumidos mas não cumpridos.

Muito interessante e não menos importante é a forma como fundadores e dirigentes intervêm na sociedade. A forma como conseguem ver para além do óbvio. Como evitam e impedem o risco social. Como previnem comportamentos de risco. Como desenvolvem intervenção primária, procurando evitar o aparecimento de problemas que possam afetar para sempre a vida dos jovens, das famílias e da comunidade.

Preocupante é a forma como decisores, nomeadamente aqueles que têm responsabilidades executivas, demonstram uma gritante incapacidade de olhar para as bandas filarmónicas para além do óbvio. Deve ser certamente por demonstrarem essa incapacidade que na hora de escolher entre o retorno imediato dos dinheiros públicos e a aposta no trabalho de prevenção decidem pelo mais fácil. Será assim tão difícil olhar para o efeito positivo gerado por este tipo de investimento público e também para as bandas filarmónicas enquanto instrumentos de prevenção do risco social, inequívocos promotores da coesão social das nossas comunidades?

Reitero a mensagem breve que deixei na minha primeira crónica, demonstrando admiração e reconhecimento cidadão pelo trabalho desenvolvido por estas organizações. Por isso termino com uma palavra de ordem: no próximo dia 26 de Maio vamos todos ao Pé da Pedreira! Uma vez mais poderemos ver e ouvir a Banda da Sociedade Filarmónica Alcanedense, a Banda da Sociedade Musical e Recreativa do Xartinho e a Banda da Sociedade Filarmónica de Instrução e Cultura Musical de Gançaria E quem sabe refletir sobre todas as dimensões do seu trabalho.

Idália Serrão
Candidata à Câmara Municipal de Santarém pelo Partido Socialista

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