Alcanede, Sábado 21 horas. Amélia Verdinho sai do mini mercado e dirige-se para sua casa situada a escassos metros do estabelecimento comercial. Aquela que seria, apenas mais uma noite rotineira, tornou-se num autêntico pesadelo.
Junto à sua residência estavam dois indivíduos encapuzados e armados, que de imediato a abordaram com uma palmada nas costas, ao mesmo tempo que lhe taparam a boca para evitarem um eventual pedido de socorro.
“Ou nos dá o dinheiro todo ou matamo-la já”. Foi com esta ameaça e com uma pistola apontada que, a menina Amélia (assim carinhosamente tratada pelos alcanedenses) cedeu à vontade dos gatunos em abrir todas as gavetas de um anexo no rés-do-chão da sua casa, de onde furtaram cerca de 1000 euros. Não satisfeitos e indiciando um conhecimento perfeito do local onde estavam, os larápios de nacionalidade portuguesa, obrigaram a senhora a dirigir-se ao 1º andar. O pior ainda estava para chegar.
O objectivo dos meliantes era o cofre que o casal, Arnaldo e Amélia têm em casa e sob forte ameaça de morte, Amélia Verdinho nunca perdeu a coragem e o discernimento de quem está habituada a fazer o bem e quando confrontada com a pergunta: “Onde está a chave do cofre?”. Respondeu que não sabia e que o dinheiro estava todo no banco, não em casa e que a podiam matar se assim o entendessem.
Enquanto um a ameaçava, outro continuava a remexer tudo o que podia, até encontrar o local onde estavam as jóias, ouro e prata. Mais de 50 mil euros foram roubados, o que levou um dos gatunos a dizer: “Vamos embora. Já temos que chegue!” Passou mais de uma hora até que o pesadelo chegasse ao fim.
O caso foi entregue à polícia judiciária, que no Domingo de manhã esteve na residência do casal alcanedense para recolher provas do crime.
Em declarações ao Portal de Alcanede, Arnaldo Filipe Lopes recorda que, também o lagar de azeite, do qual é proprietário, na noite de 8 para 9 de Novembro, foi assaltado saldando-se o roubo em cerca de 800 euros. Desde esse dia que “o dinheiro é sempre depositado no banco e, em casa nunca mais fica nenhum”. O marido da dona Amélia salienta “a enorme coragem que a minha esposa teve em enfrentar os ladrões, ralhou sempre com eles! Ela nunca fez mal a ninguém.”
É mais um registo de insegurança que fica em Alcanede, até ao dia em que alguém possa sair realmente magoado da história. Até quando?
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