Nem sei bem como começar este desabafo, mas se o deixasse para mim corria o risco de achar que não estava a cumprir um dever cívico. Quis o destino que, por razões de saúde de familiares apanhasse, num só dia, várias arrelias, como se não bastasse o motivo pelo qual tive que me deslocar ao Posto de Saúde de Alcanede. A primeira coisa que constatei é que há médicos, mas não aparecem. Ou então sou aquilo a que posso chamar um azarado recorrente.
Antigamente, num passado não muito longínquo, íamos ao posto lá para as 4 ou 5 da madrugada e se a coisa estivesse de feição, ao horário da abertura, ainda se conseguia vaga para uma consulta. Agora nem isso. Ou melhor – “lá para daqui a dois três meses” – com uma grande dose de sorte. Este sistema obriga a que o paciente tenha que se deslocar até Santarém, 40 km depois, transportes depois, táxis se for caso disso… Somado é dinheiro e transtorno sem sentido, até porque a maioria dos casos não são urgentes. E os que são sempre têm o recurso à ambulância.
Após estas considerações e apesar de não estar a residir em Alcanede, um dia destes a minha mãe deslocou-se com os meus avós ao posto de saúde, tendo em atenção o seu já debilitado estado de saúde.
Antes, e para que conste, há um histórico que remonta a Outubro do ano passado, tendo ficado acordado que a consulta se realizaria em Novembro. Em meados telefonaram a dizer que só podia ser a 30 do mesmo mês. Como se não bastasse voltaram a ligar a informar que, afinal, ainda tinha que ser adiado para 18 de Janeiro. Nesse dia, não fosse o diabo tecê-las, os meus avós apresentaram-se cedo, como convém (13h), para uma consulta marcada para as 15h.30m.
Resultado, ao balcão do posto de saúde, ou o que lhe quiserem chamar, foi comunicado que o médico não apareceu, novamente, tendo a consulta ficado adiada para 22 de Fevereiro.
Pergunto: 3 Meses não chega para uma pessoa ter uma Consulta? Quem controla os livros de reclamações? Quem passa as receitas aos idosos que necessitam de medicamentos, no caso da falta de médicos?
Tenham saúde.
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