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Domingo ,28 Abril, 2024
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A CRISE, a freguesia de Alcanede e o portal de Alcanede

A CRISE, a freguesia de Alcanede e o portal de Alcanede

O gráfico que vos apresento foi publicado no jornal o público em Janeiro do corrente ano e é um de entre muitos tipos de gráficos que são publicados em órgãos de comunicação social ilustrando de forma simples e categórica o estado lastimável em que se encontra a economia do nosso país, o que, num contexto de crise mundial, acentua de forma gravosa as dificuldades e as formas para a ultrapassar.

Não sou especialista nos assuntos económicos e não pretendo debater o assunto mas da simples leitura deste gráfico não deixo de ver um Estado falido, que hipotecou o futuro dos nossos filhos de forma consciente pondo o peso e a responsabilidade do pagamento das dívidas no futuro, que não contraiu, referente a obras que nada decidiu. É arrepiante olhar para os compromissos futuros já assumidos cujos valores não constam da divida pública para já. Igualmente, pelo gráfico podemos ver que as decisões acompanham o calendário político, para que nos anos de eleições os custos desta dívida sejam muito mais reduzidos e logo depois subirem em flecha. O que nos leva a questionar a seriedade com que foram tomadas estas decisões e, por outro lado, qual o governo que conseguirá governar após as eleições de 2013 com a dimensão dos encargos previstos, seja de partido for.

Escreveu um meu amigo sobre este assunto:

“As parcerias público privadas foram criadas para as situações em que as melhorias de eficiência de uma gestão privada de um determinado projecto (por exemplo, a operação de um hospital) eram suficientemente grandes para cobrir os sobrecustos decorrentes do financiamento privado ser mais caro (o risco é maior com os privados que com o Estado) e ter de incluir a remuneração do capital.

O Estado português resolveu inovar, usando as parcerias para criar dívida futura sem aumentar o déficit presente, baseando-se em conceitos de economia voodoo. Estes conceitos postulam que os projectos vão gerar uma economia cujos impostos vão servir para pagar a dívida no futuro. Pura roleta, pura economia de casino, porque se as previsões estiverem mal feitas (e em Portugal têm estado sempre) quem fica com os custos operacionais é o Estado (outra das inovações do Estado português, porque nas parceira público privado o risco fica sempre do lado do concessionário, sendo esse o motor da melhoria da eficiência, mas em Portugal o Estado assume o risco em dezenas de situações) (Santos, H.P., 2010) ”.

Não será difícil imaginar que as dificuldades que se avizinham nos próximos anos serão muito mais difíceis que as que actualmente vivemos. Igualmente, não será difícil imaginar que essas dificuldades se acentuarão mais nos meios desfavorecidos, onde se inclui a freguesia de Alcanede, do que nos centros urbanos, dado o excesso de centralismo que reina na nossa administração. Nada que não estejamos habituados mas que agora se agravará. Portanto, nos próximos anos será inútil pedir aos “deuses” aquilo que nós próprios podemos obter. E é por isso, que eu reforço aquilo que já aqui escrevi. Disse Goethe: “Se algo grande quisermos realizar, devemos concentrar todas as forças sobre um único objectivo e não cuidar do que possam os outros dizer”. De igual modo disse Cervantes: “Pôr mãos à obra é tê-la realizada pela metade”.

A freguesia de Alcanede deverá preparar-se para este embate que aí vem (“homem prevenido vale por dois”), se quisermos salvar os nossos modos de vida e assegurar o futuro socioeconómico para nós e para os nossos filhos. Temos que nos unir para ultrapassar estas adversidades, porque a força da união é sempre superior à soma das partes. Considero que o Portal de Alcanede é o meio de comunicação que devemos privilegiar para este efeito, em torno do qual podemos comunicar e partilhar as nossas opiniões e acções. Combatendo a crise.

Não é o Portal que necessita das pessoas são as pessoas que vão precisar do Portal!

Pensem nisso.

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