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Quinta-feira ,14 Novembro, 2024
Artigos de Opinião

Parra nos Genitais

Por várias ocasiões e circunstâncias tenho sido chamado a resolver pequenos e grandes problemas, afinal isso faz parte da vida de todos nós, não fosse o descaramento da Eva ter comido a maça, oferecida pela serpente, isto era idílico. Estou mesmo a ver-me recostado no sopé de uma montanha maravilhosamente esculpida, mão dada com uma lindíssima mulher de parra nos genitais, e uma cascata de água límpida salpicando a minha pura face angélica.

Não sei bem ao certo, mas isto é um bocado a imagem que tenho do paraíso, vá-se lá saber porquê? Antes que me perca, há uma “insensatez” na leitura que faço do pecado humano, muito menos gravoso do que os outros pequenos pecados, ou seja significam que não tem gravidade.

Não consigo compreender porque razão Adão e Eva perante a sua nudez se esconderam do seu criador quando este lhes apareceu no paraíso. Onde estariam os marotos com as suas cabeças para tamanha parvoíce? Ainda por cima, o Adão que Deus tem, logo se prontificou a dizer, “ foi a minha mulher que me deu a maça”. O mínimo que o Adão poderia fazer mesmo com uma pequena mentira, era defender a pobre da Eva perante o criador, isso sim era de homem.

Esta consideração leva-me a concluir que o criador teve alguma falta de generosidade cometendo logo esta falha imperdoável. Provavelmente, foi daí que herdámos a nossa insensatez, egoísmo, e outras coisas acabadas em tez e ísmo.

Tenho tentado fazer um esforço enorme para tentar contrariar esta coisa genética que vem dos tempos bíblicos e, quase sempre não consigo controlar as emoções e avaliar a “influência” que os outros podem exercer, até na simples construção de uma opinião. Isto entre outras coisas sem interesse nenhum.

Ora, esta margem de erro é enorme, porque se repararem a nós seres humanos basta-nos um pouco de penitência, e está tudo resolvido. Vou dar-vos um exemplo. A minha mulher fez hoje um maravilhoso bolo de chocolate. Vai daí, impelido pela matreirice do meu antepassado, lambuzei libidinosamente os dedos cravados de chocolate do fundo de um tacho.

Então não é que se apoderou em mim uma culpa tão grande, deitando por terra tanto esforço para contrariar a tendência. Fui logo acometido de uma necessidade de profunda meditação.

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