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Um Silêncio que vale… euros

No dia 28 de Julho de 2011 o Portal de Alcanede tentou, como é seu dever, questionar o vereador responsável pelo pelouro da ação social da Câmara Municipal de Santarém, Dr. Vítor Gaspar, sobre o desagrado manifestado pela provedora da Santa Casa da Misericórdia de Alcanede (S.C.M.A). Em causa, o anúncio e publicação no jornal Correio do Ribatejo dos subsídios referentes aos anos de 2009 e 2010, e que terão sido, eventualmente, entregues a varias associações e instituições do concelho de Santarém, onde se inclui a S.C.M.A.

Passaram seis dias e nada de respostas.

Fica assim por esclarecer a que se deve tamanha diferença de verbas! Entre as que a câmara diz ter pago (no total dos dois anos 159 mil 679 euros) e aquelas que efetivamente terão sido recebidas pela instituição alcanedense (20 mil euros), segundo a senhora Provedora. Feitas as contas, estamos a falar de uma diferença de 139 mil 679 euros!!! É muito dinheiro e que eu, presumo que tal como todos os leitores, não sei onde foi parar! E acho que nunca vou saber.

É obrigação de uma entidade gerida com dinheiros públicos esclarecer os cidadãos. De resto isso mesmo está consagrado na constituição portuguesa, nem sequer fazem qualquer tipo de favor em esclarecer as pessoas.

Que não queiram respeitar a comunicação social não me espanta, tem sido habitual a nível regional, mas no mínimo respeitem as pessoas que estão à frente e que dão a cara pelas instituições e coletividades, e que há muito tempo estão aflitas e eternamente agarradas a promessas que não foram inventadas por elas. As assinaturas de protocolos são bonitas para a fotografia, mas devem ser mais do que isso e o povo agradece.

Comportamentos idênticos

Estamos perante um tipo de comportamento cada vez mais utilizado por varias entidades. Notícias que possam causar algum incómodo não são, de todo, apreciadas por quem tem a obrigação de dissipar eventuais dúvidas. Pensava que era só na Madeira, mas não.

Neste caso, o sistemático silêncio da C.M.S. é no mínimo preocupante e deve ser motivo de reflexão.

Recordo algo semelhante que aconteceu em Dezembro do ano passado a propósito da noticia do Portal sobre os cerca de 45 milhões de litros de água que anualmente eram desperdiçados do deposito de Alcanede devido a uma eventual rutura ou avaria. Ninguém falou, ninguém comentou. Mas a verdade, é que um ou dois dias depois, o problema foi solucionado e Alcanede já poupou neste espaço de tempo, mais de 33 milhões 326 mil e 649 litros de água potável, resultantes de mais de 5 mil litros de água por hora. Estamos a falar de muito dinheiro e que por incompetência de alguém durou anos a fio, seguramente mais de três anos. Os números são chocantes e pecam por defeito. Mas não se passa nada. Aqui, não se passa nada!

Quem é que paga isto? Quem responde por isto?

Quando o nosso leitor recebe a fatura da água em casa, paga ou não paga? Quando faz uma obra em sua casa, paga ou não paga? Quando necessita de uma licença, paga ou não paga? Se falhar o pagamento, o que lhe acontece? Paga. Caso contrário, paga a dobrar.

Episódio semelhante também sucedeu com a segurança social de Santarém, que apesar de ter a certeza absoluta de que o balcão de Alcanede iria fechar, não teve a dignidade de transmitir a realidade à população. Fecha-se que eles logo se habituam. Uma tremenda falta de respeito.

Em jeito de conclusão apenas dizer, que estamos muito bem entregues. Tanto ou tão pouco, que necessitamos de pessoas vindas de fora (troika), quer se goste ou não, dizer que não é assim que se faz!

Posso resumir tudo isto, e muito mais coisas que agora me escapam numa palavra: LAMENTÁVEL.

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