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Terça-feira ,16 Abril, 2024
Sociedade

Suspensão da Expo Alcanede gera críticas à entidade organizadora do evento

Setembro era por tradição nos últimos anos, o mês da realização da Expoalcanede. O evento organizado pela Junta de freguesia, caso mantivesse o calendário, deveria realizar-se no próximo fim de semana.

O executivo liderado pela presidente Cristina Neves, diz que a culpa reside “na falta de disponibilidade financeira” que colocaria em causa “outras situações prioritárias para as quais a verba a despender nos faria falta depois”, admitiu a autarca apontando a possibilidade do evento se transformar em bienal.

“Acho que parando um ano vai ser muito difícil voltar, até porque perde o ritmo, mas oxalá me engane”, referiu ao Portal de Alcanede o ex-presidente da junta Manuel Joaquim Vieira, que se mostrou desagradado com a suspensão do evento que nasceu durante os seus mandatos, “é uma pena não se fazer”.

O cabeça de lista do PS nas últimas autárquicas, entende que o argumento de escassez de tesouraria referido pela junta deixa a descoberto “a falta de capacidade de organizar o evento e de criar fundos suficientes sem utilizar o orçamento para o efeito”.

Em declarações ao Portal de Alcanede António Batista, lamentou que face a este cenário, o executivo não tenha colocado o problema, logo no início do ano, à assembleia de freguesia, “ era uma maneira de ajudar a criar soluções para se conseguir os fundos necessários” que podiam passar entre outras possibilidades pelo “recurso às empresas, cobrança de entradas e redução de algumas despesas ao longo do ano”.

Tendo em conta as dificuldades financeiras, a viabilidade da Expoalcanede poderia passar por alguns cortes na despesa, “talvez se pudesse aligeirar a área dedicada ao artesanato, reduzindo o espaço ou transferindo-o para a área dos restaurantes” considerou, Manuel Joaquim Vieira sublinhando que os stands comerciais são rentáveis.

Os custos do certame onde se incluem as despesas inerentes ao funcionamento rondam os 30 mil euros anuais, reconheceu a presidente Cristina Neves, “só no aluguer das tendas, stands, alcatifas, estrados e cozinhas, a junta gasta em regra cerca de 25.000 euros”.

“No apuramento final entre o deve e o haver, acho que o evento nunca custou tanto à junta, aquilo dá muito trabalho e se calhar vai também um bocado por ai”, lamentou o antigo presidente, salientando que para algumas associações a expo representava “praticamente o sustento do ano todo”.

A notícia da suspensão da Expoalcanede foi recebida pelas associações com “resignação e alguma tristeza, apesar de terem compreendido os nossos motivos” adiantou ao Portal de Alcanede, a presidente Cristina Neves.

A JFA terá proposto um formato diferente no intuito de que cada associação assumisse a aquisição/montagem da cozinha/restaurante de modo a possibilitar uma mostra mais reduzida no espaço do parque desportivo, mas a proposta não teve viabilidade dadas as condições financeiras que atravessam.

“Ressalvamos no entanto a forma solidária como se mostraram interessadas em não “deixar cair” a Expo em anos vindouros, disponibilizando-se desde logo, para voltar a estar com a JFA numa próxima edição”.

O panorama económico e social menos favorável já havia sido referido na edição da Expoalcanede do ano passado, em que a suspensão chegou a ser equacionada, mas os fatores “promoção local e ponto de encontro”, foram decisivos em detrimento das dificuldades de tesouraria.

Apesar do sucesso da Expoalcanede, desde a sua criação, a suspensão do evento parece não abalar as convições do executivo, que não teme uma reação da população, com consequentes danos políticos no futuro.

“Sabemos que a população vai compreender, até porque numa fase em que a poupança é uma regra básica e fundamental … não faria sentido quebrar essa mesma linha da nossa orientação orçamental para investir num evento de três dias, em detrimento de outros de maior longevidade e durabilidade, e igualmente úteis e válidos para a nossa sociedade”.

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