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Quinta-feira ,25 Abril, 2024
Sociedade

População adere em massa à iniciativa dos Bombeiros Voluntários de Alcanede

Várias centenas de pessoas estiveram presentes no arraial popular organizado pelos Bombeiros Voluntários de Alcanede, no Sábado 4 de Junho de 2011, que decorreu na zona envolvente do quartel e onde, entre vários discursos, António Batista o novo presidente da direção da Associação Humanitária dos B.V.A, deixou alguns alertas sobre o passado, presente e futuro da instituição.

A população aderiu em massa a um serão repleto de variedades, em que foi notória a abertura da instituição à comunidade, que por sua vez retribuiu com a presença e o apoio aos soldados da paz.

Os acordeonistas Lúcio Ferraria e Manuel Pereira, a bandinha da Moca (composta por alguns elementos da banda de Alcanede), a escola de danças de salão de Aldeia da Ribeira, o rancho folclórico de Viegas e o músico Paulo Holandês, todos com brilhantes atuações, estiveram ao nível deste arraial popular que há muito não se via por Alcanede.

Entre as variedades, também houve discursos. António Valente, vereador da proteção civil da câmara municipal de Santarém foi o primeiro a discursar, desejando à nova direção da instituição e ao corpo ativo, “felicidades”, ao mesmo tempo que garantiu que “os bombeiros de Alcanede podem continuar sempre a contar com a câmara de Santarém”.

O chefe de gabinete da governadora civil do distrito de Santarém, também não faltou a este convívio e enalteceu “todo o trabalho desenvolvido pelos bombeiros de Alcanede”. O momento foi aproveitado por Carlos Catalão para, em nome do governo civil, prestar um reconhecimento a dois elementos da corporação alcanedense, Carlos Salgado e Norberto Alexandre, que no incêndio de 13 de Agosto de 2010 (que deflagrou no Bairro dos Murtais, Casal Cordeiro e Vale do Carro) salvaram uma vida humana que se encontrava numa frente de fogo. Os bombeiros agradeceram, mas lembraram que “essa é a nossa missão”.

Este arraial/convívio foi também aproveitado pela direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcanede (A.H.B.V.A) para dar a conhecer à população, um a um, todos os elementos que compõem a recentemente eleita direção da instituição. Coube a Artur Duarte, presidente da mesa da assembleia-geral fazer a apresentação.

César Martins, antigo dirigente dos bombeiros voluntários de Alcanede, fez questão de dirigir-se à população, lembrando “os primeiros tempos de existência dos voluntários de Alcanede” e desejou “as maiores felicidades à nova direção e a todos os bombeiros”.

Também Manuel Joaquim Vieira, presidente da junta de freguesia de Alcanede falou a todos os presentes, manifestando a vontade de “continuar a apoiar esta importante instituição para todos nós”.

Discurso de António Batista, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Alcanede

Para o final estava reservado o discurso do novo presidente da direção da A.H.B.V.A.

António Batista começou por agradecer a presença da população no convívio, dirigindo-se logo de seguida aos elementos do corpo ativo “quero agradecer em nome desta nova direção pela forma como aqui fomos recebidos por todos os membros da corporação dos bombeiros, sem exceção”. Os agradecimentos estenderam-se à câmara municipal, governo civil, junta de freguesia de Alcanede, comissão de compartes de Valverde, Pé da Pedreira, Murteira e Barreirinhas, comissão de compartes de Vale da Trave, Casal de Além, Covão dos Porcos e Vale de Mar, comandante dos bombeiros de Pernes, sócios, cidadãos, empresários e associações.

António Batista falou das anteriores direções, que no seu entender “fizeram o que estava ao seu alcance deixando esta boa obra quase pronta, penso que fizeram o que sabiam”.

Num tom mais crítico, o novo presidente da direção da instituição humanitária de Alcanede, foi claro ao referir que “as primeiras informações que nos deram, era que o problema não era dinheiro, era do pessoal, mas afinal o problema era da falta de organização, ou seja, não tinham nada em condições de se poder apresentar a qualquer entidade e aos sócios”. António Batista foi mais longe ao dizer que “não encontramos nada, como estou habituado a trabalhar, onde tudo tem de ser transparente, o que não me pareceu o caso”.

O novo presidente da A.H.B.V.A deu como exemplos os “salários, férias e subsídios do ano passado por pagar, pagamentos a fornecedores atrasadíssimos (+-1 ano), viaturas sem inspeção, com pneus lisos, com falta de manutenção, sem medicina no trabalho, que é obrigatória por lei, sem comandante, sem segundo comandante, sem adjunto. Tem apenas três oficiais de comando, sendo que um deles foi nomeado entre eles para assegurar o comando”.

No discurso de António Batista, também houve referência a uma reunião mantida como o comandante do centro distrital de operações de socorro de Santarém onde, segundo o presidente, o comandante distrital Joaquim Chambel terá dito que “estava muito contente com a corporação dos Bombeiros de Alcanede, que ainda não tinha notado a falta do comandante, pelo motivo de não ter havido nenhuma falta nem recusa de serviço”.

A mensagem do presidente foi também para dentro da corporação “tenho sido informado por algumas pessoas da freguesia que não tem havido um bom comportamento da parte dos bombeiros em diversas atitudes (…) prometi à mesma população, a quem ouvi contar as suas razões, que se ia notar a diferença ao longo do tempo”, e adiantou que “tenho vindo aqui quase todos os dias e ainda não me apercebi de nada fora do normal com a corporação (…) estarei atento, para poder responder se realmente houver razão das reclamações” e prometeu “para que não haja dúvidas acerca dos direitos, deveres e obrigações dos Bombeiros para com a população e da população para com os Bombeiros, vai ser distribuído pelas localidades um folheto informativo acerca deste assunto”.

António Batista afirmou que “juntos, vamos lutar para organizar esta associação, com esta nova direção que está aqui (…)” avançado que “(…) disse aos meus companheiros da nova direção, que se nós individualmente soubéssemos o estado da situação que encontrámos, teríamos que pensar muito melhor antes de aceitar”.

Numa referência indireta ao ex-comandante dos bombeiros voluntários de Alcanede, o novo dirigente da instituição afirmou que “com isto quero dizer que se confirma uma noticia, que li no portal de Alcanede há dias, por alguém de Alcanede, que pertenceu aos bombeiros, e que dizia que não há ninguém que consiga organizar e gerir esta casa na situação em que se encontra (…) ” e adiantou, que recentemente recebeu a confirmação de que havia intenção de fechar o quartel dos bombeiros, mas que “no meu entender essas pessoas não são amigas dos bombeiros nem da população destas freguesias. Estamos todos conscientes que não vai ser fácil de contrariar essa intenção, mas com a vossa ajuda nunca fecha”.

Quase a terminar o seu discurso, António Batista voltou a enaltecer a qualidade da sua equipa diretiva, ao mesmo tempo que deixou uma mensagem “para contrariar aquilo que essas pessoas gostavam de ver (…) mais uma vez digo, fechar os bombeiros de Alcanede e que tudo fizeram para que isso acontecesse, nós não vamos deixar. Mas para que isso não aconteça, estamos a contar com a vossa colaboração, hoje mais que nunca, o vosso apoio é extremamente importante”.

O momento foi também aproveitado para fazer um apelo ao crescimento de associados e para que os mesmos “tragam um amigo também para sócio, para sermos mais, e mais fortes” e ainda para deixar uma palavra a todos os fornecedores de equipamentos, materiais e combustíveis pelo “esforço de estarem à espera de receber o valor das vossas faturas atrasadas, mas peço a vossa compreensão, também estamos a começar a fazer um plano de pagamento”.

O Portal de Alcanede também não foi esquecido pelo presidente da direção da A.H.B.V.A que referiu “temos aqui também o Portal de Alcanede que é dirigido pelos irmãos, Paulo e Carlos Coelho que nos estão a dar o seu apoio” e finalizou dizendo que todos devem “respeitar os Bombeiros de Alcanede, que eles agradecem todos os dias (…) ”.

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