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Sexta-feira ,19 Abril, 2024
Artigos de Opinião

Políticos novos, práticas antigas…

O Bloco de Esquerda, entre outras, apresentou uma Recomendação na Assembleia Municipal de Santarém do passado dia 30 para a implementação de uma nova experiência de Orçamento Participativo para o nosso concelho. Nada de transcendente ou de muito radical… Uma prática corrente em diversíssimos municípios do nosso país, incluindo municípios com presidentes eleitos pelo PSD, como por exemplo Ovar. Trata-se de um documento com muito sentido e muito bem elaborado, apesar de, obviamente, exigir uma discussão e estudo pormenorizados e detalhados.

Como quase todos os meus leitores assíduos sabem, não tenho qualquer afinidade com o Bloco de Esquerda ou com as suas posições, nem sequer e talvez ainda menos com as suas formas de as procurar implementar. Mas tenho, espero bem, uma qualidade que infelizmente não é generalizada. É que procuro ver a justiça e oportunidade das propostas de cada um por si mesmas e independentemente da sua proveniência.

Vem isto a propósito desta Recomendação ter sido liminarmente rejeitada nesta Assembleia com os votos contra, pasme-se, do PSD e a abstenção da CDU!

Mais uma vez, os deputados municipais do PSD nesta Assembleia não pararam para pensar na justeza e oportunidade da proposta, na sua relevância e aceitação em diversos municípios. Não pararam para pensar na importância que os Orçamentos Participativos têm muito também nas freguesias não urbanas de um concelho como Santarém. Optaram sim por votar contra, mais uma vez certamente por esta ter sido uma proposta da agora oposição durante a campanha autárquica passada!

Isto vem sendo a prática corrente da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Santarém já com variados exemplos. E como pode?! No mínimo, é feio fazê-lo. Não contribui em nada para o bem do concelho e da sua população; talvez contribua sim para elevar o ego de um ou de uns quantos membros desta Assembleia que julgam que assim poderão ter mais hipóteses de ascensão política a nível nacional. Pensam talvez que a política ainda se faz assim. E o mal é que, do ponto de vista dos benefícios pessoais, até talvez estejam certos…

Quero-lhes dizer que, independentemente da concordância ou não com as decisões que têm vindo a ser tomadas, pessoalmente considero que a postura do executivo municipal e em particular do seu presidente Ricardo Gonçalves, tem sido de procura de consensos (é bem certo que nem sempre conseguidos) e do bom relacionamento em geral com as outras forças políticas e com as populações. Pena é que as intervenções e as posições dos deputados eleitos do partido que o suporta na Assembleia, estejam completamente a estragar esta postura que me parece bem positiva… Sei que nem todos com elas concordam, mas o que dizer também desses quando o seu voto vai no mesmo sentido?!…

Se houvesse tino na nossa política…

 

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