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Sexta-feira ,29 Março, 2024
Saúde

Pais de criança com 20 meses pedem explicações a médica do Centro de Saúde de Alcanede

A não realização de uma consulta a uma criança no Centro de Saúde de Alcanede (CSA) provocou um sentimento de “revolta” nos pais de uma menina de 20 meses, residentes em Vale do Carro. O pai considera a atitude da médica “muito grave”, lembrando que o Centro estava na posse de um fax enviado minutos antes pela Linha de Saúde 24. O episódio aconteceu na tarde de quinta-feira, 7 de março de 2013.
Em declarações ao Portal de Alcanede, Paulo Oliveira disse que o estado febril da filha, “não registou melhoras desde que foi ao Hospital de Santarém pela primeira vez no dia 28 de fevereiro”, pelo que foram obrigados “a regressar ao hospital no dia 3 de março”, afirmou.

No entanto, ao aperceberem-se de que a criança “nunca mais ficou bem, super irritada, a chorar todo o dia, a deitar-se no chão, etc.”, decidiram no dia sete ligar para a Saúde 24 que os encaminhou para a unidade mais próxima (Alcanede). Segundo o pai, os técnicos da referida linha enviaram um fax para o CSA dando conta de que “a criança teria de ser vista hoje por um médico”, mas que Ruth Lopes “se recusou a ver a menina”, citámos.

Paulo Oliveira afirmou ainda que a médica, “sugeriu que regressássemos no dia seguinte às 7 da manhã para tentarmos uma consulta”, ficando por isso, “revoltado com a situação”, não compreendendo o que a levou “a tomar aquela atitude”, ressalvou.

Apesar de saberem que os seus ficheiros clínicos não pertencem à profissional em causa, o facto de ser uma criança terá pesado na indignação dos pais, “isto não se faz à miúda” desabafou, afirmando também que “foi feita uma queixa no livro de reclamações” e que nesse mesmo dia voltaram ao Hospital de Santarém, “quando o problema poderia ter sido resolvido aqui”.

Contactada pelo Portal de Alcanede, Ruth Lopes confirmou que no dia 7 de março, pelas 15h30, “soube de um fax dos técnicos da Saúde 24 referindo a cita criança, tendo a mãe chegado com a menina à posteriori”. A clinica lembrou que perante o elevado número de consultas, “na maioria crianças, que ainda tinha para atender a essa hora”, percebeu de imediato “que me seria humanamente impossível observar mais alguém”, rejeitando também a ideia de que não viu a criança por esta não ser sua utente, “isso nunca teria sido para mim um obstáculo”, garantiu.

Por considerar que os sintomas se mantinham, Ruth Lopes entendeu que uma correta avaliação do estado clínico da menina significaria “uma reavaliação no Serviço de Urgências do hospital a que tinham anteriormente recorrido”, para que houvesse uma confrontação de dados clínicos,”dados esses que só o hospital possuiria”, afirmando também que não sugeriu a ninguém que voltasse no dia seguinte, “é-me totalmente desconhecido e classifico como aberrante e totalmente descabido”, citámos.

A médica do CSA reconhece que a Saúde 24 fez o que tinha de fazer, “orientar os utentes para a unidade de saúde mais próxima”, mas que os seus técnicos não conhecem “as condições de todas as unidades de saúde”, sendo que a de Alcanede “não possui um serviço de urgência”, frisou.

Em relação à queixa feita pelos familiares da criança, a clinica salientou que, “perante a dedicação que tenho empregue na Unidade de Saúde de Alcanede, estas coisas caiem como desadequadas e pouco nobres”, embora ressalve que este tipo de situações possam surgir, “(…) fruto de uma população sofrida, com uma arrastada falta de profissionais de saúde”, uma realidade sentida em todo o País, e que pontualmente culminam “nestes incidentes onde muitas vezes não se conhece nem se tenta saber de quem se está a falar”, afirmou.

Ruth Lopes assegurou ainda que irá continuar a manter a sua total disponibilidade para com a Unidade de Saúde, “e a gratidão para com uma população que de braços abertos me tem recebido e no meio da qual estou, não por imposição, mas por escolha”, salientando que a sua experiência em Alcanede tem mostrado que há, “(…) gente que quer mais e que deseja também dar mais de si”, considerando que “é nessa união de esforços entre população e profissionais de saúde que se mudam consciências e realidades”, disse.

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