Existe uma expressão que responde à pergunta: “Pensar globalmente, agir localmente”. Esta expressão simples carrega contudo um peso que nos responsabiliza a todos pelo estado do ambiente de uma forma geral e local, sem deixar ninguém de fora. É comum abordarmos as questões ambientais de forma positiva enquanto discurso, é giro e está na moda, por isso, fica sempre bem dizer que nos preocupamos com o Ambiente.
Na grande maioria das situações é assim que vimos e tratamos do Ambiente (só com a preocupação e muito pouca acção). Quando o “Ambiente” nos bate à porta quase sempre reagimos mal: nas situações restritivas ou coercivas escudamo-nos bradando aos céus com isto e aquilo, e que o ambiente é tudo uma invenção para impedir o desenvolvimento das terras e acabar com as empresas e os empregos! … Nas situações de perda (de bens materiais e imateriais), seja pelas consequências da poluição, do mau ordenamento e gestão do território ou outra, reagimos igualmente mal mas, em sentido inverso, isto é, acusamos exactamente os mesmos de nada fazerem e que antes procuravam implementar medidas no sentido de evitar/prevenir as situações em causa. Quem trabalha na administração na área do Ambiente está, por isso, sempre na situação de ser preso por ter e não ter cão.
A visão do Ambiente para o nosso industrial é igualmente surpreendente, embora já existam sinais de mudança, é do tipo: “se a minha empresa gera riqueza então o lucro é meu; se a minha empresa causa poluição então estamos na presença de um problema ambiental que é todos, por isso, temos de todos contribuir para o resolver!” Como dizem: “É o preço do progresso!”
Ora, agindo assim ao nível local nada estamos a fazer pelo problema do ambiente ao nível global. Estamos a adiar o que é inadiável o que conduz ao agravamento das situações existentes e ao aparecimento de outras, que inevitavelmente irão conduzir a rupturas e a posições extremadas perfeitamente desnecessárias. E, assim… ficaremos todos a perder.
(Texto Extraido do Fórum Ambiente em discussão neste Portal)
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