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Quarta-feira ,24 Abril, 2024
Educação

Gimnodesportivo na EB 2,3 – Associação de Pais de Alcanede diz basta de adiar a situação

Passados 24 Anos desde a sua inauguração, a Escola Básica de Alcanede continua à espera do prometido Pavilhão Gimnodesportivo que permita, de forma condigna, a prática desportiva em ambiente coberto aos 250 alunos ali matriculados atualmente.

De forma a alertar para os sucessivos adiamentos, e consequente falta de condições a que estão sujeitos, a Associação de Pais e Encarregados de Educação dos alunos de Alcanede, Abrã e Amiais de Cima, elaboraram um dossier em que dissertam sobre o tema que envolve este estabelecimento de ensino do Agrupamento de Escolas D. Afonso Henriques.

Pensamos que este assunto já fez correr muita tinta e que ano após ano tudo fica na mesma, não havendo sequer uma perspetiva de quando iremos ter o tão ansiado pavilhão”, refere o documento. Se recuarmos ao ano letivo transato, lamenta-se “um ano em que os alunos não tiveram água quente para tomar banho devido a um problema de canalização”, o que originou “um incómodo muito grande”, quer para os alunos “quer para quem tem de conviver com eles depois de uma aula em que se transpira e não se toma banho”, citámos.

Cansados de promessas, os representantes da referida associação afirmam mesmo que, “achamos que os nossos filhos têm o mesmo direito que outros e que já basta de adiar a situação”.

A documentação já foi enviada ao Presidente da Republica, Primeiro-ministro, Presidente da Câmara Municipal de Santarém, aos diversos partidos com assento na Assembleia da Republica e órgãos de comunicação social, apelando “à necessidade extrema da construção de um pavilhão gimnodesportivo para servir os alunos desta escola”, lê-se no documento.

A Associação de Pais, presidida por Margarida Frazão, ouviu a opinião de alunos, professores, pessoal não docente, ex-alunos, Junta de Freguesia de Alcanede, Presidente do Agrupamento de Escolas e, naturalmente, dos Pais e Encarregados de Educação.

A autarquia de Santarém já respondeu e, pela voz de Alfredo Amante, Chefe de Divisão de Educação e Juventude da CMS, informou que a edilidade tem vindo “com constante regularidade a manifestar ao Ministério da Educação a extrema necessidade da edificação de um pavilhão desportivo para essa localidade e mais propriamente para essa zona geográfica”, afirmando que a câmara irá continuar “a fazer ver às nossas instâncias superiores esta lacuna que existe na escola e localidade, e a necessidade urgente de suprir esta carência e viabilizar um equipamento fundamental no desenvolvimento educativo e social”, disse, sem precisar que pedidos já foram realizados, junto das instâncias superiores, para o efeito.

A Junta de Freguesia de Alcanede, pela voz da sua Presidente, acredita que a construção de uma infra-estrutura desta natureza poderá “potenciar o desporto na população em geral, em horários pós laborais e ao fins-de-semana”, e que a inexistência deste espaço “abriu um vazio nos hábitos desportivos dos jovens da nossa freguesia”, chegando mesmo a “esmorecer o associativismo desportivo”.

A obrigatoriedade de construir o pavilhão dentro do perímetro da escola acabou por retirar poder negocial à junta que, desde há vários anos, sempre se prontificou a disponibilizar o espaço do campo da feira. No entanto, desde 2009, o espaço escolar está afeto à CMS, “mas também é sabido que apesar das condições financeiras da câmara não o terem permitido até ao presente, é tempo de olhar para o futuro e de continuar a insistir neste projeto”, referiu Cristina Neves.

Tal como o Portal de Alcanede já fez eco, mais do que uma vez, são frequentes as queixas de falta de condições, quer no Inverno quer no Verão, e isso fica bem explícito nesta pasta enviada às entidades competentes.

Mãe, hoje começou a chover quando estávamos na aula de Educação Física”. Esta é a frase que uma mãe de duas alunas da Escola Básica 2,3 de Alcanede, escuta semanalmente quatro vezes, ou então, “Mãe, hoje estava um calor insuportável quando fizemos Educação Física”, sublinhou Alda Costa, lembrando que “sabíamos da inexistência de um Pavilhão Gimnodesportivo para a prática de desportos”, mas que ela e o marido, “acreditávamos que passados tantos anos da construção daquela escola, este aspeto seria solucionável num curto espaço de tempo, mas, infelizmente tal não aconteceu, e pelos vistos, teima em não acontecer!”, desabafou.

Já para os alunos, e tendo por base as declarações do 8º B sobre o ginásio existente, as afirmações são peremptórias, “muito pequeno, encontra-se, na maioria das vezes, sobrelotado”, ressalvando que esta turma “que é a maior da escola, com 26 alunos, nem consegue ter espaço para se sentar quando o professor quer transmitir alguma informação teórica”, afirmam, entre muitas outras razões.

Os professores, em particular os de Educação Física, consideram que as condições de trabalho “se têm vindo a degradar”, salientando que as aulas são leccionadas numa pequena sala “bastante degradada” e num polidesportivo exterior, também ele degradado, “que põe em causa a integridade física dos alunos”.

Para fundamentar a necessidade da construção de um Pavilhão Gimnodesportivo, Fernando Santos, destacou oito pontos, entre os quais, a “existência de balneários condignos para os alunos se equiparem e tratarem da sua higiene pessoal” bem como “a possibilidade de realização plena das aulas de Educação Física independentemente das condições climatéricas…”, realçou o Professor do Quadro de Agrupamento e Presidente do Conselho Geral.

Reconhecendo que, desde 1993, se aguarda “a construção de um pavilhão desportivo”, a Presidente do Agrupamento de Escolas D. Afonso Henriques, destacou que a E.B 2,3 de Alcanede, “mesmo assim” participa em oito modalidades do desporto escolar, “treinando ao ar livre, quando as condições climatéricas o permitem e condicionando as nossas ofertas à falta de condições para a sua prática”. Helena Vieira lamenta o facto de não ser possível “proporcionar novas e únicas experiências desportivas tão importantes para a formação dos alunos que residem numa área geográfica que nada lhes oferece neste âmbito”, citámos.

Também o pessoal não-docente manifestou a sua opinião neste trabalho promovido pela Associação de Pais e Encarregados de Educação dos alunos de Alcanede, Abrã e Amiais de Cima, ressalvando que “os balneários necessitam de uma rápida intervenção devido à canalização estar em mau estado” e que, por isso, “os chuveiros não funcionam na totalidade”, não estando assim garantidas as “condições de segurança e conforto” alertaram, entre outros pontos, os Assistentes Operacionais.

Os antigos alunos também não ficam indiferentes e lamentam o arrastar da situação, “já passaram 17 anos”, desde um manifesto criado para ajudar a proporcionar melhores condições para a escola, incluindo o pavilhão, “e continua a aguardar-se, projecto nem vê-lo”, desabafou João Montez. Apesar da realidade, o discurso ainda assim é de otimismo e de incentivo, “lutem, vão em frente, porque desta luta do ano 2000 não saímos uns campeões, mas também não saímos derrotados…”, citámos.

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