12.7 C
Alcanede
Terça-feira ,16 Abril, 2024
Sociedade

Comandante dos bombeiros de Alcanede demite-se “Começa a faltar dinheiro para tudo”

As graves dificuldades financeiras e o vazio directivo que os bombeiros voluntários de Alcanede estão a atravessar levaram o comandante da corporação, Paulo Santos, a apresentar o seu pedido de demissão no final de Março.

“Não tenho condições para continuar trabalhar, até porque ninguém consegue gerir uma casa que chegou a este estado”, disse ao jornal O Ribatejo Paulo Santos, que se vai manter em funções apenas até dia 8 de Abril, depois de 10 anos e 10 meses à frente do corpo de bombeiros.

Entretanto, o 2º comandante, Joaquim Santos, por solidariedade, também já se demitiu.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcanede (AHBVA), concelho de Santarém, está sem direcção desde Março de 2010.

Têm-se realizado várias assembleias-gerais bastante participadas pelos sócios, mas nunca apareceu nenhuma lista para tomar conta da instituição, que está há um ano a ser gerida por uma direcção demissionária a braços com enormes constrangimentos financeiros.

“Começa a faltar o dinheiro para tudo. Devemos sete ou oito meses de gasóleo e temos que pedir por favor para nos fornecerem oxigénio para as ambulâncias, só para dar dois exemplos”, refere Paulo Santos, acrescentando que os 10 funcionários da AHBVA – bombeiros e pessoal administrativo – ainda não receberam o subsídio de férias e de Natal de 2010, e têm vindo a receber os salários à medida das disponibilidades de tesouraria.

Paulo Santos comandou a corporação durante 10 anos e 10 meses

“É uma situação que destrói completamente os orçamentos familiares, ainda mais numa época de crise”, lamenta o comandante, que, no entanto, deixa rasgados elogios ao seu corpo de pessoal.

“Felizmente, quem trabalha nesta casa tem tido um comportamento excepcional. Nunca deixaram comprometer a capacidade operacional e têm cumprido com todos os serviços e solicitações, numa zona do concelho onde, pelas suas características, não é fácil trabalhar”, sublinhou.

Além dos serviços de emergência e do transporte de doentes, que nunca deixaram de ser assegurados, Paulo Santos dá como exemplo o trabalho de primeira intervenção na época de fogos florestais, que “foi bastante elogiado”.

E, no Verão passado, perante a falta de dinheiro que já se fazia sentir, “houve inclusivamente bombeiros que foram ao supermercado comprar produtos para fazer os almoços, pagando do seu próprio bolso”, recorda.

Em relação às dívidas aos bombeiros de Alcanede, só a Câmara de Santarém deve cerca de 70 mil euros, pois não está a transferir verbas desde Maio de 2010 (um incumprimento que se estende também às outras duas corporações de voluntários do concelho, Santarém e Pernes).

“A associação não está falida. Tem viabilidade, desde que apareçam pessoas responsáveis queiram realmente trabalhar em prol da associação, e não para promoção pessoal”, afirmou Paulo Santos.

FONTE: O Ribatejo

NOTA: No antigo site do Portal esta página foi lida 458 vezes

Artigos Relacionados

Associação Humanitária dos BVA convoca associados para Assembleia Geral Ordinária

Portal Alcanede

S. Pedro – Valverde está em festa

Carlos Coelho

Covid-19: Concelho de Santarém mantém 15 casos positivos mas o Distrito sobe para 69 nas últimas 24 Horas

Portal Alcanede