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Terça-feira ,23 Abril, 2024
Artigos de Opinião

A Forca e o património histórico-cultural de Alcanede

A forca foi o instrumento sobre o qual se executou, ao longo de séculos, os condenados à Pena Capital, vulgo Pena de Morte. Portugal foi o primeiro Estado do Mundo a prever a abolição da pena de morte na Lei Constitucional. Devíamos ter orgulho nisso. Afinal, estamos sempre a massacrar-nos que somos sempre os últimos em tudo o que é de positivo e desejável.

Cito Victor Hugo, a propósito da abolição da pena de morte em Portugal, em 1876:

Está pois a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. (…) Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio. A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos.

Fonte: Wikipédia

A abolição da Pena Capital, os avanços tecnológicos e as crenças, ditaram a morte da forca enquanto instrumento. Por todo o país as forcas foram-se degradando e os locais onde se localizavam também.

A história dos povos é feita de todas as vivências passadas, das coisas “boas e más”. Nós recordamos preferencialmente as “boas”, mas também as “más” quando queremos que elas se perpetuem na memória das gentes. Num certo sentido, as vivências “más” comemoram-se, de geração em geração, como se de luto se tratasse, para que o passado não se esqueça ou não se repita.

A forca, tal como o Pelourinho, o castelo e outros, fazem parte da história de Alcanede, são o testemunho da nossa cultura, marcos que nos permitem descrever as nossas vivências antepassadas e que devem ser transmitidas e perpetuadas nas gerações futuras.

Uma das formas de valorizar e salvaguardar este tipo de património, é dotar estes locais de condições de visitação, para que possam ser integrados em percursos onde vários locais históricos podem ser visitados em rede, de forma que resultem num “produto turístico” com rendibilidade suficiente, pelo menos para manter em bom estado de conservação o património histórico existente.

Alcanede como vila histórica e toda a freguesia em geral, possuí um património cultural riquíssimo cujas suas gentes não tem sabido preservar e valorizar, de maneira a integrá-lo na sua estrutura socioeconómica como uma mais-valia cultural e económica.

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