Os moradores junto ao Beco Cabeço do Moinho, em Aldeia da Ribeira, não se conformam com o facto de repetidamente, e principalmente quando chove, terem de “levar com toda a porcaria vinda desse caminho, água, terra, pedras no Inverno e pó no Verão”, citamos. O desabafo é de uma residente no local, que apela à Junta de Freguesia de Alcanede por uma intervenção que os ajude a solucionar rapidamente o problema.
As fortes chuvadas que se fizeram sentir no início desta semana vieram acentuar um problema que se arrasta há anos, “cada vez que chove é sempre a mesma coisa porque alguém diz que a estrada não é pública, depois porque alguém não quer alcatroar a estrada, depois porque um diz isto, o outro diz aquilo…” referiu Tânia Santos.
Questionado pelo Portal de Alcanede, o Presidente da Junta de Freguesia esclareceu que, “há três anos, aquando do alcatroamento da estrada de Aldeia da Ribeira / Casais da Charneca, preparámos essa para também ser alcatroada”, no entanto, “ao prepará-la, os supostos proprietários disseram que a mesma não ia ser alcatroada, porque a mesma era privada”, disse Manuel Joaquim Vieira.
Segundo o autarca, e após uma análise realizada em 2018, “fui aos mapas do cadastro e, na realidade, tudo indica que a mesma é particular, por essa razão não entrámos em discussão com as pessoas em causa…” já que a mesma “está inserida na propriedade e não faz parte do cadastro”, esclareceu.
Tânia Santos não entende o motivo daquela estrada não ser pública, já que “o certo é que cada vez que fica esburacada por causa da chuva, vem a máquina da Junta para tapar os ditos buracos”, afirmou. O Presidente da Junta confirmou que a autarquia local, “sempre que chove torrencialmente” tem o cuidado de ir “de imediato às zonas mais críticas que temos pré-definidas”, onde está incluído o referido troço, “e foi o que ainda ontem foi feito”, disse.
Na opinião de Manuel Joaquim Vieira, o problema mais grave “não são os detritos que vão com a água, mas sim a quantidade de água no momento da enxurrada, pois a rua tem muita inclinação e a água ganha uma velocidade tal, que nada a segura”, disse ao Portal de Alcanede, lembrando que existe “a agravante de quando chega à rua de S. João Crisóstomo naquela zona é praticamente nivelada”.
Para o Presidente da Junta, “mesmo que os proprietários alcatroem a rua, o problema da água quando há enxurrada irá ser sempre complicado como o é noutros locais”, lembrando que ontem “foram retirados à volta de 3 carros de mão de detritos de tout-venant”, que não considera “muito significativo”, disse.
Manuel Joaquim Vieira indicou ainda que a Junta de Freguesia “só poderá fazer o alcatroamento daquele espaço com ordem dos proprietários e com a garantia de que o espaço fique público”, realçando que ao fundo dessa rua “existe inclusivamente um aqueduto que tem dado muitos problemas com os detritos que vêm quando a chuva é torrencial”, como foi o caso recente.
O autarca avançou ainda ao Portal de Alcanede que o assunto foi abordado na Assembleia de Freguesia realizada esta semana e que solicitou junto da sua equipa que identificassem o registo de algum pedido formal de esclarecimento sobre esta matéria, mas que ninguém se recorda de lá ter chegado nenhum pedido, ou queixa, relativo ao referido troço.