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Sexta-feira ,19 Abril, 2024
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Cidadão em greve de fome por diferendo com a Junta de Freguesia de Alcanede

Um cidadão natural de Alcanede, de 71 anos de idade e residente na vila há cerca de 30 anos, está desde as 14 horas desta segunda-feira, 5 de abril de 2021, em greve de fome junto às antigas instalações do Centro de Saúde de Alcanede, na Rua da Saudade, próximo do cemitério. Luís Inácio pede para ser ouvido, presencialmente, pela Junta de Freguesia de Alcanede.

Esta greve de fome é para levar até ao limite e só terminará quando alguém vier falar comigo e me dê garantias que alguma das minhas reivindicações será aceite, seja na totalidade ou 50%, mas sem conversar é impossível”, disse à nossa reportagem.

Em causa, segundo o próprio destaca através de uma lona colocada no local, estão três reivindicações, “Alojamento imediato dos inquilinos que moram na casa desumana da Junta de freguesia; Abertura imediata da Rua do Rossio da Vila e Iluminação pública urgente desta rua”, citamos.

O queixoso garante que esta manhã entregou na Junta de Freguesia, mas também ao Pároco e a uma cidadã de Alcanede, “uma carta a solicitar a presença de alguém” junto ao local onde se encontra em greve de fome e onde, segundo o próprio, manifestava “disponibilidade de não iniciar o protesto, desde que alguém aqui surgisse até às 14 horas, o que não aconteceu, pelo que o prazo de 4 horas foi ultrapassado”, disse.

A reclamação deste morador da Rua do Rossio da Vila, em Alcanede, começou no ano passado quando a autarquia local tomou a decisão de fechar a rua mencionada mas que, segundo este residente, “não foi feita de maneira correta”, alegando que a Junta só respondeu 4 meses depois do primeiro pedido de esclarecimento e que, “para fecharem a rua deveria ter dado conhecimento aos moradores e tentar encontrar uma alternativa e não fez nada disso!”, afirmou. A resposta da Junta de Freguesia foi contrária às pretensões de Luís Inácio.

Quando se leva uma luta ao ponto de greve de fome, é normal que a situação seja encarada como extrema, e à pergunta do Portal de Alcanede sobre o motivo de estar completamente sozinho nesta ação, Luís Inácio disse que “os moradores da rua e muitos residentes em Alcanede penso que têm medo! Mesmo que saibam que estão a ser prejudicados ninguém diz nada! A maior parte tem medo de represálias e outros encolhem os ombros!”, citamos, mas esclareceu que a iniciativa é dele próprio, e que “estamos em democracia, não em tempos de ditadura”, disse.

Além do encerramento da referida rua, o cidadão lamenta também que “a Junta não esteja a dar dignidade a dois irmãos que residem numa habitação precária, pertença da junta de freguesia” localizada na mesma zona. Um tema que o próprio publicou nas redes sociais e que mereceu, nessa altura, diversas opiniões de internautas a favor e contra a exposição do assunto.

Segundo Luís Inácio, está prometido “há cerca de 3 meses que esses dois irmãos seriam colocados num contentor habitacional, mas que nada aconteceu e que continuam a viver em situação desumana”, e que a sua “luta principal é para eles, para terem num futuro próximo uma casa digna”, disse.

O cidadão pede igualmente que a Rua do Rossio da Vila seja equipada com “iluminação condigna, já que só existe um poste de eletricidade”, concluiu.

Junta de Freguesia esclarece

Em resposta a esta ação pública deste residente em Alcanede, o Presidente da Junta de Freguesia disse ao Portal que em relação à greve de fome “não tenho nada a comentar” e que na Junta foram entregues, esta manhã de segunda-feira, não uma, “mas duas cartas pelo Sr. Luís Inácio”, lembrando que já lhe havia sido transmitido em Assembleia de Freguesia e depois disso, “em carta registada, que o acesso ao terreno da junta se irá manter como está (com os portões fechados) ”, salientando que o “terreno em causa faz parte do património privado da junta de freguesia, é o parque dos equipamentos e materiais”, esclareceu.

Manuel Joaquim Vieira é perentório ao indicar que, “a rua do ROSSIO, tal como a rua do Outeiro, dos correios, Beco do Coval e outras não têm saída” e que, por isso, “o Sr. Luís Inácio está em igualdade de circunstâncias com todos os outros moradores. A junta de freguesia não deve passagem a ninguém”, afirmou ao Portal de Alcanede.

O autarca lembrou também que o cidadão “tem um terreno paralelo a este da junta, com uma entrada na rua do Rossio e outra na rua da Saudade, que lhe permite a passagem tal como outros moradores fazem nos seus terrenos”, disse.

No que respeita aos dois irmãos, o Presidente da Junta salientou que, “em relação à família Rosa também já lhe foi respondido, em carta registada, que os serviços sociais da Câmara Municipal de Santarém, em parceria com a junta de freguesia, estão a tratar do assunto e que o mesmo se encontra em fase adiantada de resolução”, esclareceu.

Sobre o terceiro ponto de reivindicação do morador na Rua do Rossio da Vila, Manuel Joaquim Vieira, disse que o pedido da “iluminação da rua foi enviado à entidade competente”, aguardando-se “o seu parecer”, citamos.

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