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Religião

Mensagem de Natal 2019

Caros Diocesanos

​Na Celebração do Natal contemplamos a surpreendente iniciativa e forma da vinda de Deus ao mundo. Se Deus fosse indiferente, tinha ficado quieto no Céu e deixava que o afastamento do homem e da mulher continuasse, até chegar à ‘escuridão’ total do não sentido da existência humana.

​Deus, porém, não é indiferente nem vingativo. Revela-se sofredor pelo afastamento existente entre o céu e a terra e decide aproximar-se. Mas como? O Nascimento do Jesus em Belém tem tanto de beleza como de espanto! Por quê, assim? Num contexto de uma família pobre e sem lugar digno para nascer, é assim que Deus nasce?

​Na verdade, Deus foi e é surpreendente. Não veio nascer neste mundo com riquezas materiais nem com receitas para os problemas. Veio valorizar a vida humana em cada pessoa e a Família, consagrando esta como o espaço privilegiado para a vida em comunhão de amor, e aprender a viver com os valores da verdade e da justiça. Em ambiente familiar, Jesus nasceu pobre, mas cresceu “em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2, 52).

​Dois mil anos depois, a par com uma acentuada secura espiritual, temos em vários países, revoltas,migrações forçadas e muitas manifestações de poder onde as pessoas não são defendidas. Entre nós, temos a informação dos milhares de queixas de violência doméstica, violência entre jovens e abusos sexuais sobre crianças e outros menores. A família, que existe para bem e realização da vida e defesa das pessoas que a constituem, em muitas situações, torna-se o espaço da promiscuidade e da prática do crime.

​Isto faz-nos pensar acerca das raízes do mal social e como o resolver. É mesmo necessário que haja Natal. Énecessário apontar caminho diferente, e não será apenas com mais dinheiro e mais estabelecimentos prisionais. É necessário pensar e refletir sobre os nossos procedimentos na sociedade em que nos integramos, todos somos responsáveis por todos, não é uma questão apenas para os decisores políticos. Fazemos parte da sociedade civil, temos responsabilidade de colaborar na edificação do bem comum. Promovamos a vigilância interior: sem sabedoria e sem um coração purificado do mal, não é possível viver humanamente, tornamo-nos lobos ferozes uns para os outros.

​O Papa Francisco convida-nos a armar o presépio em nossas casas e a deixarmo-nos interpelar: “Por que motivo suscita o Presépio tanto enlevo e nos comove? Antes de mais nada, porque manifesta a ternura de Deus. Ele, o Criador do universo, abaixa-Se até à nossa pequenez. (…)Em Jesus, o Pai deu-nos um irmão, que vem procurar-nos quando estamos desorientados e perdemos o rumo, e um amigo fiel, que está sempre ao nosso lado; deu-nos o seu Filho, que nos perdoa e levanta do pecado” (in Admirabile Signum, 3).

​As figuras de Maria e José, no presépio, lembram-nos que a Fé confiante e a humildade, na verdade do amor e da ternura, são muito importantes para ganhar coragem e imaginar boas soluções. ​

​A todos os diocesanos, sugiro que valorizem o que têm e promovam o acolhimento e o perdão, necessários para que haja bom ambiente familiar em vossas casas. Esse será o vosso maior tesouro de Natal. Poderá acontecer que alguma coisa não corra tão bem como seria desejável. Se isso acontecer, lembrai-vos de Nossa Senhora; com ela aconteceu o mesmo, mas não fez birra, nem deu lugar à tristeza.

​Um Santo Natal

​+ José Traquina

​Bispo de Santarém

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