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Quinta-feira ,18 Abril, 2024
Sociedade

Polémica a 4 dias da inauguração do Lar, Centro Dia, Creche e Apoio Domiciliário em Pé da Pedreira

O tesoureiro do Centro Social Serra do Alecrim IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social) pediu a demissão do cargo e coloca em causa a legitimidade da atual direção daquela instituição. Em causa está uma “derrapagem de 209.000 euros” nas obras de construção do Lar de Idosos, Centro de Dia, Apoio Domiciliário e Creche Tradicional que será inaugurado no domingo, 13 de Novembro de 2011.

Em declarações ao Portal de Alcanede, Humberto Santos considera estranho que o valor da divida “seja tão elevado”. Um valor que o presidente da IPSS, Manuel João Inácio justifica com os custos exteriores da obra faturados pelo construtor e por alguns acertos que foram necessários “tivemos que reformular um elevador, foram os estores que a arquiteta se esqueceu de mencionar no caderno de encargos, erros na medição dos pilares e muitos metros de reboco, para não falar em muros e na construção de um depósito de água que não estava previsto”.

O demissionário tesoureiro do Centro Social Serra do Alecrim afirma que na última reunião de direção foram pedidos esclarecimentos ao presidente que geraram alguma confusão, tendo este admitido que se a “derrapagem fosse grande, os nossos bens pessoais iriam servir como forma de pagamento”. Uma situação que Humberto Santos apelida de “inadmissível. Isto são ações de pessoas desesperadas”, desabafa.
A estas críticas o presidente do Centro Social Serra do Alecrim diz que revelam desconhecimento sobre a lei das IPSS, “deveria ser assim em todo o lado por uma questão de responsabilização, mas aqui até nem foi o caso, é pena que não apareça mais vezes nas reuniões”.
Mas as críticas do ex-tesoureiro estendem-se também às opções nos equipamentos adquiridos pela instituição “equipou-se um lar à rica, uma escolha que não passou por mim, uma derrapagem para a qual eu não contribuí”, sublinha.

Baldios de Valverde, Pé da Pedreira, Barreirinhas e Murteira assumem pagamento da “derrapagem”

Na qualidade de vice-presidente dos Baldios de Valverde, Pé da Pedreira, Barreirinhas e Murteira, Humberto Santos diz igualmente estranhar, que sem o seu conhecimento “numa reunião dos baldios, o presidente e vice-presidente do Centro Social Serra do Alecrim, tenham exigido o pagamento do valor da derrapagem, com a concordância do presidente dos Baldios”.
Face a esta observação, Virgílio Vitório disse ao Portal de Alcanede que não se tratou de uma questão de exigência, até porque o assunto já havia sido discutido ao nível das direções. Este responsável lembra que desde a primeira hora “o conselho diretivo dos baldios sempre esteve na linha da frente no apoio ao projeto” e lamenta que “só agora, depois da obra concluída, o ex-tesoureiro se mostre preocupado em quem é que vai pagar”.

Humberto Santos recorda que se trata de duas instituições distintas, uma com sócios (IPSS) e outra de compartes (Conselho Diretivo dos Baldios), tendo na altura questionado o presidente dos Baldios se o “dinheiro em causa era a título de doação ou empréstimo a acordar com a IPSS”.
Por se tratar de um assunto sensível, Humberto Santos considera que o tema deveria ser discutido em Assembleia-geral de compartes “porque a assembleia é soberana e nós num caso destes devemos ouvir e explicar a situação a todos os compartes”.
Sem precisar datas, Virgílio Vitório dá a entender que o tema foi levantado na última assembleia. Questionado pelo Portal de Alcanede sobre se a saúde financeira do Conselho Diretivo dos Baldios permitem investimentos avultados, tendo em conta um acréscimo de 209.000 euros, aos 450.000 já contratados inicialmente, Virgílio Vitório esclarece que “tanto tem permitido que até agora ninguém se queixou”.

O presidente do Centro Social Serra do Alecrim também refuta as acusações do ex-tesoureiro da IPSS, embora admita que face aos custos que não estavam previstos, solicitou a ajuda do Conselho Diretivo dos Baldios “quem somos nós para exigir? Falámos foi se poderiam assumir, eles discutiram o assunto e deram-nos luz verde, já pagaram uma parte, falta pouco”.
Manuel João Inácio sublinha que caso não existisse apoio dos Baldios de Valverde, Pé da Pedreira, Barreirinhas e Murteira era impensável levar por diante uma obra desta natureza “os baldios apoiaram-nos com 450 mil euros logo no contrato para termos isto aprovado”.

Legitimidade da direção da Associação Centro Social Serra do Alecrim IPSS colocada em causa

Tendo em conta a demissão do cargo de tesoureiro da Associação Centro Social Serra do Alecrim, Humberto Santos questiona a legitimidade e a intenção do presidente Manuel João Inácio de convocar para o próximo dia 26 de Novembro de 2011 uma reunião para o substituir.
Uma matéria que parece não oferecer dúvidas ao responsável pela direção da IPSS, que perante a demissão do tesoureiro, diz que os estatutos preveem “a subida de outro elemento para o lugar, sendo convidada uma pessoa a entrar para a direção”. Manuel João Inácio lembra que o mandato da atual direção só termina em 2012.
Ainda assim, Humberto Santos considera que não estão criadas condições para que a atual direção se mantenha em funções. Neste cenário, sugere que o presidente da Assembleia Geral deverá tomar conta dos destinos da IPSS até à marcação de novas eleições.
Apesar desta tomada de posição, de rutura com a direção do Centro Social Serra do Alecrim, Humberto Santos afirma “não querer prejudicar nem causar quaisquer problemas à instituição”, mas que não se revê nesta forma de organização.

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