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Sexta-feira ,29 Março, 2024
Entrevistas

Palmira Tavares: “O mais importante é representar a nossa terra, representar Alcanede”

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ptavaresO portal de Alcanede foi conhecer a Escola de Danças de Salão do Centro Cultural e Recreativo de Aldeia da Ribeira, onde encontrou uma equipa dedicada e empenhada em dinamizar as suas actividades. Palmira Tavares é uma das dinamizadoras da instituição e reparte o seu trabalho com Ana Cristina Santos, (presidente) e Susana Ramos, (tesoureira).

12 ent palmiratavares 1Portal Alcanede (PA) – Como é que surgiu a ideia de fundar este grupo de danças de salão?

Palmira Tavares (PT) – Nas actividades extra-curriculares da escola onde estudam os nossos meninos e meninas, um professor de educação física (professor Pedro) fez um trabalho de apresentação para uma comissão que veio cá da comunidade europeia. Algo rudimentar, no entanto, no final desse ano lectivo o próprio professor disponibilizou roupas para os alunos, vestiu as nossas crianças e como mães ficámos todas “babadas”! Eles (crianças) estavam tão giros que quisemos que fizessem alguma coisa mais. A partir daí falámos com o professor Filipe, tinha de ser alguém em que tínhamos confiança e que agora tem ensinado como se dança a sério.

PA – E surgiu com que intuito, com que objectivos?

PT – Os nossos objectivos são a diversão, que os miúdos tenham actividade física, algo que aqui não há! Só há futebol nos Amiais, aqui não há nada! No fundo, a nossa iniciativa visa a socialização entre os jovens alunos e promover o bem-estar através da prática de dança desportiva.

PA – Nesta altura a escola conta com quantos alunos?

PT – 23 alunos.

PA – Quem é que pode inscrever-se? A partir de que idades?

PT – É fundamental que saibam contar até 8. O ideal é quando eles entram para a escola primária. Dançar não é só chegar ali e pôr a música, é necessário saber contar os passos.

PA – Ao que sabemos, nesta altura os rapazes estão na linha da frente, em termos de requisição?

PT – É verdade. As meninas crescem mais rapidamente dos que os meninos e nesta altura gostaríamos de ter mais elementos do sexo masculino. Sapatos e calças para os meninos agora podemos facultar, os pais não precisam de se preocupar. Aquando da nossa ultima Gala, a escola investiu em camisas para os rapazes e nas saias das bolas para as meninas para que os pais não tenham de suportar todos os custos.

12 ent palmiratavares 2PA – Por falar em custos. É caro ter um filho/a a praticar danças de salão?

PT – Acho que depende muito de nós pais, porque depende onde se compram as roupas. Há quem mande fazer roupas a altas costureiras e há quem mande fazer aqui à costureira do lado. O professor escolhe as cores que os meninos devem vestir, mas não põe objecções ao sítio onde cada um vai fazer os fatos. De qualquer forma não posso dizer que tudo fique muito barato. A mensalidade é de 20 euros e no inicio da aprendizagem, os meninos podem trazer umas sapatilhas e as meninas umas sabrinas.


PA – A dar as aulas está o professor Filipe Santos, que ao que sabemos é um nome reconhecido neste meio?

PT – Sim. E a ele devemos tudo. À terça-feira, tem 23 crianças e quando foi contratado foi para ensinar 12 (6 pares). Os alunos gostam muito do professor e orgulham-se dele, por isso sentem a sua falta quando ele vai aos campeonatos no estrangeiro.

PA – Nestes quase dois anos de actividade do que mais se orgulham?

PT – Principalmente o orgulho de ver a nossa terra representada. Não são só meninos da nossa aldeia. Há meninos do Vale do Carro, Mosteiros, Aldeia de Além, Cortiçal, da Várzea de Santarém e que em conjunto com os de Aldeia da Ribeira levam o nosso nome mais longe, e de graça. Nós não levamos dinheiro. Para nós o importante é representar a nossa terra, representar Alcanede.

PA – Estão previstos investimentos no futuro? Quais?

PT – Comprámos uma aparelhagem que é do Centro Cultural e Recreativo de Aldeia da Ribeira. Os investimentos não podemos fazer muitos. Temos que comprar uns holofotes e temos de arranjar dinheiro para eles. Das actividades que fazemos tentamos guardar algum dinheiro. Em Dezembro e Agosto, os pais não pagam mensalidade porque muitos estão de férias e desta forma não cobramos esses meses.

PA – E apoios? Eles têm surgido?

PT – Têm, não podemos dizer que não. A junta de freguesia e a câmara municipal têm ajudado, mas a junta de freguesia de Alcanede principalmente.

PA – Quando e onde vão ser as próximas actuações dos nossos dançarinos?

PT – A próxima é no dia 2 de Junho no IPJ (Instituto Português da Juventude) em Santarém, às 21 horas. Depois, no dia 13 de Junho vamos estar no Pé da Pedreira e (sem confirmação ainda), dia 27 de Junho em Valverde. A festa de aniversário é a 4 de Julho, com peddy papper, que no fundo serve também para os pais se divertirem e confraternizarem uns com os outros. A 7 de Agosto deveremos estar presentes nas Póvoas.

PA – Obrigado pelas suas declarações ao Portal de Alcanede e ficam os votos de muitos sucessos a todos os que tornam possível a existência da Escola de Danças de Salão do Centro Cultural e Recreativo de Aldeia da Ribeira?

PT – Muito obrigado por terem vindo a Aldeia da Ribeira e pela oportunidade que nos concederam.

Professor Filipe Santos

12 ent palmiratavares 3PA – Há quantos anos se dedica à dança?

Filipe Santos (FS) – Estou ligado acerca de 11 anos à dança desportiva.

PA – Dançar é uma paixão?

FS – Sim. Podemos dizer que é uma grande paixão minha que começou simplesmente por ir a exibições e depois com o entusiasmo que houve no desenvolvimento da actividade, no meu caso na Associação Desportiva de Tremêz, cresceu para a competição e daí fui desenvolvendo. Primeiro competições mais pequenas e depois partindo para competições a nível internacional.

PA – Pretende ainda chegar mais longe?

FS – Sim. O objectivo de qualquer pessoa é sempre chegar o mais longe possível e tentar alcançar o maior número de resultados possíveis e da melhor forma tentar evoluir e chegar aos padrões internacionais. Como sabemos, estamos sempre um pouco atrás da linha e queremos chegar mais à frente.

PA – O que é preciso para ser um dançarino de excelência?

FS – Principalmente ter em grande parte talento. Além disso, um bom dançarino só se faz se trabalhar muito. Ou seja, além do talento é preciso muito trabalho e dedicação para se alcançar um bom objectivo.

PA – Temos aqui na Aldeia da Ribeira muitos talentos “escondidos”?

FS – Temos muitos talentos “escondidos” na Aldeia da Ribeira. A escola tem excelentes pessoas à frente da sua organização. Os pais são empenhados. Alguns poderão não entender bem o trabalho que tem de ser feito por metas. Trabalhar movimentos de ancas e pernas, para que um dia consigam desenvolver tudo em conjunto e chegarem ao objectivo final. É isso que temos tentado fazer (trabalhar por metas), quem sabe se daqui até final do ano, não surja alguma competição, será esse o objectivo.

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