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Sexta-feira ,19 Abril, 2024
Artigos de Opinião

É preciso ter lata

Talita, Talita, olha a tanê taná. Era o Vítor a alertar o Carlos, ambos meus primos, para a chegada da camioneta da Ribatejana a Mata do Rei pela primeira vez, na década de 60. Dizia ele afinal «Carlitos, Carlitos, olha a carreira encarnada».

Iniciava-se assim a frequente ida à feira de Alcanede, grande ponto de encontro da comunidade alcanedense; trocavam-se cumprimentos, apertos de mão e também umas pauladas… bem me recordo. Compravam-se artigos de vestuário, géneros agrícolas e utensílios diversos e até brinquedos de madeira e de lata. Quando olho para essa “traquitanagem”, vejo do lado esquerdo, quando se subia a feira no centro da vila, o ti Joaquim (latoeiro) com os artigos que mais me fascinavam, talvez pela arte e mestria em os conceber: baldes, almotolias, candeias, cinchos, almudes, etc., tudo em lata.

Havia as medidas em madeira, os alguidares de barro, os sapatos e botas de sola, tudo produtos amigos do ambiente. Ambiente? Realmente só falamos mais das coisas, dos afectos, das pessoas quando elas nos faltam. No caso do ambiente o equilíbrio não era pensado… existia; agora a preocupação está no seu desequilíbrio. De todo o lado vêm polietilenos, propilenos, polipropilenos e outros enos, ambiente a menos; é dar uma volta pelos caminhos e vermos toda a espécie de lixo eternizado nas bermas, enfiado nos barreiros, pendurado nos combros, e, o mais bonito que vi, na construção de um ninho.

Em tempos, sugeri a entidades da autarquia a criação de um espaço em cada localidade, onde os fregueses pudessem depositar o que é espalhado pelos campos, mas sem custos, porque o que tem um preço alto é a degradação do ambiente. Creio que nada está feito!…

www.limparportugal.org é uma boa iniciativa.

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