Há certas histórias, que passam relativamente despercebidas e que não são muito comentadas. É o caso de uma contada pela revista do “Correio da Manhã” (Família Milionária recebe agora rendimento mínimo): uma família que teve a sorte de acertar no totoloto, ganhando 600 mil euros, vive hoje de subsídios do Estado. O que se passou?
Passou-se que a família em causa não soube gerir o dinheiro que recebeu. Mas possui ainda hoje um património avaliado em 700 mil euros, que se materializa em duas moradias, além de três carros topo de gama.
A Segurança Social diz ao “Correio da Manhã” que tudo é legítimo, opinião que não é partilhada pelos vizinhos. O próprio presidente da Junta (de uma freguesia de Marco de Canaveses) acha que a família não devia ser ajudada. Mas os serviços competentes afirmam que, tendo bens mas não tendo liquidez (e sendo uma família com problemas, desestruturada), fazem sentido e são completamente legais os 365 euros que recebem do Estado.
A própria família, já se vê, concorda com o subsídio. E queixa-se que devia ser maior, porque com 300 e tal euros não vivem três pessoas.
Nesta história, há duas conclusões a tirar:
– O dinheiro que pagamos poderá ser certamente muito mais bem aplicado em pessoas que necessitem mesmo. E não em famílias que têm um património muito superior à generalidade daqueles que estão a contribuir para o sistema, ou que por qualquer razão não querem trabalhar.
– O que não deve acontecer como relata o jornal “Correio da Manhã” na sua edição de 09/10 é o seguinte: registaram-se, no último ano e meio, 118 milhões de euros de fraudes no rendimento de inserção social. Isto é, o Estado desembolsou dinheiro com portugueses que não tinham direito a este rendimento.
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